História
Brasil na década de 1920
As modernidades norte-americanas e europeias começaram a chegar no Brasil. Em 1920, a Ford e a General Motors chegaram em São Paulo, além de, no Rio de Janeiro, começar a Rádio Sociedade e no Rio Grande do Sul, a Varig, primeira companhia aérea brasileira, entrou em operação. Era o Modernismo ( um novo movimento artístico que rompia com os padrões). As ideias modernistas lançadas na Semana da Arte Moderna agradaram a poucos, mas deram um novo rumo à cultura brasileira.
Mas mesmo com essas modernidades, ainda havia a falta de redes de água e esgoto, muitas doenças e também analfabetos. Nessa década as mulheres já tinham direito de estudar e trabalhar fora de casa (somente com a permissão do marido), mas não podiam votar. Existiam muitas fraudes eleitorais e o conhecido " voto de cabresto" que impediam a oposição de vencer as eleições. Mas dessa vez, o mineiro Arthur Bernardes concorria com uma forte oposição, apoiada pelos tenentes, que queriam o fim das oligarquias e dos coronéis, defendiam o voto secreto e o ensino público gratuito e pregavam a moralização política.
Em março de 1922, Arthur Bernardes foi eleito, mas os tenentes se opuseram à sua posse, marcada para novembro. O governo puniu os tenentes com o fechamento do Clube Militar e a prisão do Marechal Hermes da Fonseca em 2 de julho do mesmo ano, e então começaram os movimentos tenentistas.
Em 5 de junho, os tenentes do Forte de Copacabana (RJ) rebelaram-se contra o Presidente Epitácio Pessoa. Pretendiam derrubar o presidente e fazer uma recontagem dos votos da eleição, mas eles foram massacrados. No dia seguinte aconteceu a Marcha da Morte, os "18 do Forte" saíram às ruas para enfrentar o governo, somente duas pessoas sobreviveram: Eduardo Gomes e Siqueira Campos.
O lema dos tenentes era " Republicanizar a República". Eles não desistiram. Pretendiam a eleição de uma Assembleia Constituinte, o voto secreto, a proibição de reeleições, o fim da corrupção eleitoral e a liberdade de ensino. Queriam derrubar o governo de São Paulo e depois de Rio de Janeiro. O líder era o general Isidoro Dias Lopes com o apoio de Miguel Costa e da Força Pública de São Paulo. Em 5 de julho de 1924, estourou a revolução de Isidoro. Houve 503 mortos, 4864 feridos e cerca de 212 mil fugiram da cidade. Os levantes alcançaram outras cidades, mas o governo os derrotava, em 27 de julho, as tropas de Isidoro abandonaram São Paulo e rumaram à Foz do Iguaçu, no Paraná. A repressão ao presidente foi enérgica, houve cerca de 10 mil prisões, várias deportações. Mas o movimento tenentista ainda não havia acabado.
Em outubro de 1924 surgiu, no Rio Grande do Sul, uma revolta, sob a liderança de Luís Carlos Prestes e Siqueira Campos. Eles foram para Foz do Iguaçu, onde se juntaram com os paulistas. E em 1925 surgiu a Coluna Prestes-Miguel Costa, popularmente chamada de Coluna Prestes, com o objetivo de difundir os ideais tenentistas e desgastar o governo. A Coluna venceu todos os combates travados com o governo, mas temia envolver o povo nessa situação. Luís Carlos Prestes era chamado de " Cavaleiro da Esperança". Mas em fevereiro de 1927, no governo de Washington Luís, os integrantes da Coluna se exilaram no Paraguai, Bolívia e Argentina e tomaram diferentes rumos políticos. Prestes se tornou comunista e líder do Partido Comunista e, mais tarde, atuou no governo de Getúlio Vargas.
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